sábado, 5 de setembro de 2009

Teshuvá

Um Retorno a Novos Valores
Por: Rav Juda Ben Haim
Teshuvá é a palavra hebraica para arrependimento. Mas devemos enfatizar que o significado de teshuvá não é inteiramente transmitido por esta palavra. Teshuvá é bem maior e mais profunda. E importante observar que uma definição mais geral e aceita é "retorno".
 
Por conseguinte, a pedra fundamental de teshuvá representa essencialmente a incansável jornada vitalícia de volta, em busca da alma. Pois é uma inquietação espiritual, muito mais que um sentimento de culpa, que nos faz sentir o apelo para olhar para trás. De fato, sentimos que não mais somos a pessoa certa no lugar certo; sentimos que estamos nos tornando intrusos num mundo cujo esquema nos escapa. É por isso que decidimos dar meia-volta e retornar.
 
Naturalmente, o itinerário de volta dependerá da pessoa e a singularidade de uma personalidade logicamente assegura que cada um de nós seguirá sua própria rota pessoal e que não haverá um companheiro de viagem em quem confiar. Felizmente, numerosos são os Portões dos Céus.
 
Cada um pode reivindicar um deles para si, desde que o desejo de ir até o fim seja realmente forte, desde que realmente sinta a necessidade de se arrepender.
 
Veja o caso do rei Menashê (cujo nome está entre os piores reis de Judá) que, segundo o Talmud, quando os anjos fecharam-lhe os Portões do arrependimento, o próprio Deus criou-lhe uma nova abertura.
Sentir a necessidade de se arrepender significa perceber que uma mudança é obrigatória. Não há lamentos sobre as más ações do passado; em contato com o mal, uma pessoa sempre se suja, assim como se suja ao entrar em contato com a sujeira, mesmo que pretenda removê-la.
O que é menos comum é que alguns de nós, que mais ou menos tendem para o masoquismo, possam ter prazer em despertar velhas lembranças como estas. Ao dizer que devemos evitar considerar o passado, queremos dizer que não devemos repensar e reviver o passado tal como aconteceu com suas falhas e erros, mas como deveria ter sido.
A mola-mestra da teshuvá é, de fato, mostrar a intenção exata de mudar o esquema de coisas. Alguém que se arrependa, ou seja, quando faz teshuvá, é alguém que sente a necessidade não apenas de se redimir mas de reconstruir o passado, no sentido literal do termo.

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