sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sucot

Festa dos Tabernáculos - Festa das Cabanas
By Rav. Juda Ben Haim, Moreh

Por que e como celebrar?
Ordem do Senhor – em estatuto perpetuo – Levitico 23, 34,43.
Tabernaculo – residencia temporaria em grego – nome aplicado ao "Mishkan" ou residencia temporaria do Senhor dentro do Povo de Israel. Ou seja, falamos da realidade da presença ("schehiná") de Adonai entre os homens. Yeshua é também Tabernaculo Divino, sendo ele a presença da Entidade Divina em figura humana.
Também é a época mais provavel do nascimento de Yeshua.
Como diz a Carta aos Judeus Messianico ( Hebreus) – todo o que existia e existe é sombra do que existe no Reino de Elohim – assim devemos ver o Tabernaculo – e os Templos de Jerusalém – como sombras de coisas que virão...
"Sucot"- as cabanas onde habitava o Povo de Israel durante a sua jornada no deserto de Sinai. Preparar uma "sucá" é importante porque devemos asumir mentalmente as dificuldades que o Povo de Israel passou no deserto – daí a obrigação de passar a maior parte do tempo possivel na "sucá", especialmente tomar ali as refeições, pelo menos uma vez ao dia.
Lembremos também que a nossa vida é transitoria, como as "sucot" no deserto....e que nossa segurança está em Adonai, e nehum teto por forte que seja nos dará a proteção, unicamente Ele.
As quatro especies – "arbaát ha minim"- resaltando a unidade na diferença, ou seja, apesar de ser prantas tão diferentes entre si, formam um conjunto em Sucot. A lição deve ser que mesmo se as pessoas de uma comunidade são muito diferentes entre si- a força da comunidade está na união dessas pessoas diferentes, e nenhuma pode ou deve ser excluida – assim como nenhuma é mais importante que as outras.
E lembremos a importancia do dia 19 – "simchat Torah"- para comemorar o inicio do novo ciclo anual da leitura da Torá.

Hag Sameach !!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Série: “Os Dez Mandamentos”: A Quarta Mitsvá

A Chave do Relacionamento Com Nosso Criador

By Gamli'el Ben-Avraham baseado em “The Ten Commandments” da United Church of God

“Se lembre do dia de Shabat, manter isto santo. Seis dias você trabalhará e fará todo seu trabalho, mas o sétimo dia é o Shabat do Eterno, teu Elohim. Nisto você não fará nenhum trabalho: você, nem seu filho, nem sua filha, nem seu criado masculino, nem seu criado feminino, nem seu gado, nem seu estranho que está dentro de seus portões. Para em seis dias o Eterno fez os céus e a terra, o mar, e tudo aquilo está neles, e descansou no sétimo dia. Então o Eterno abençoou o dia de Shabat e consagrou isto” (Shemot/Êxodo 20:8-11).

Por que está reservando para um dia uma semana tão importante aquele o Eterno incluiu isto como um das Dez Ordens dele?
A Quarta Mitsvá, lembrar-se do Shabat, conclui a seção das Dez Mitsvót que especificamente ajuda a definir uma relação apropriada com o Eterno — como nós amamos, adoramos e nos relacionamos com Ele. Explica por que e quando nós precisamos tirar um tempo especial para ficarmos mais íntimos com nosso Criador.
O Shabat, o sétimo dia da semana, é o dia fixado e separado pelo Eterno como um tempo de descanso e rejuvenescimento espiritual. No calendário gregoriano, o Shabat começa na noite de sexta-feira ao pôr-do-sol e termina a noite de sábado ao pôr-do-sol.
Claro que, alguém perguntará imediatamente: Por que o sétimo dia? Como nossa relação com o Eterno pode beneficiar qualquer um que observar este dia particular há qualquer outro dia? Afinal de contas, a sexta-feira à noite e o dia de sábado possui uma variedade de tipos de jogos esportivos, negócios e outras atividades seculares. Por que nós deveríamos ser diferentes? Não é este uma ordem simbólica — que nunca significou ser levada literalmente — e Yeshua HaMashiach não ignorou esta mitsvá, nos deixando livre do fardo de mantê-la? Estas perguntas representam algumas das convicções mais amplamente assumidas e mantidas sobre a Quarta Mistvá (4º Mandamento). Mas a mitsvá do Eterno é simples e fácil entender.
Assim por que esta mitsvá é tão frequentemente ignorada, atacada e é explicada como abolida por tantos? Poderia ser porque os desafios para a mitsvá do Shabat são visões geradas pelo deus deste mundo atual? Afinal de contas, este ser quer que nós aceitemos estas visões porque ele odeia a Torá (Lei) do Eterno. Ele faz tudo que ele pode para nos influenciar a ignorar, evitar e argumentar nosso caminho ao redor disto. Poucos alcançam a extensão da sociedade na falta de doutrina por Satanás. Como na realidade “o deus deste século” (2 Coríntios 4:4), ele enganou a maioria da raça humana (Guilyana/Apocalipse 12:9). O mundo inteiro tornou-se presa sobre a influência dele (1 Yochanan/João 5:19). O seu objetivo sempre foi destruir a verdadeiro relação entre o Eterno e a humanidade. Ele quer nada além de fazer com que as pessoas não desenvolvam o amor, uma relação pessoal com o seu Criador — que é o propósito da Quarta Mitsvá. Ele quer nos impedir de alcançar nosso destino incrível na família do Eterno!

Yeshua e os seus apóstolos mantiveram o Shabat

O que nos ensina o exemplo pessoal do Mashiach sobre o Shabat? “E, chegando a Nazareth, onde fora criado, entrou num dia de Shabat, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” (Lucas 4:16). Yeshua usou o Shabat para seu propósito planejado: ajudar as pessoas a desenvolver uma relação pessoal com o seu Criador. Depois da Sua morte, nós vemos os Seus Talmidim seguirem o Seu exemplo na observância do dia de Shabat. “E Sha'ul, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três Shabatot deu-lhes drashot1 com base no Tanach.” (Atos 17:2). “Todo o Shabat, Sha'ul debatia na sinagoga, onde tentava convencer judeus e gregos.” (Atos 18:4).
Porém, hoje a maioria das pessoas que professam para seguir o Mashiach não segue o exemplo deixado por Ele e os seus Talmidim. A maioria não percebe que a rejeição por atacar o Shabat como o dia de adoração do Mashiach não começou até quase 300 anos depois do ministério Dele na terra.
A substituição oficial do Shabat para o domingo (Dominus Dei) foi orquestrada pelo imperador romano Constantino que fez do Cristianismo a religião oficial de Roma para assegurar vantagem política sobre um contendor derrotado ao cargo de imperador. O seu rival apoiava uma política de perseguição e morte aos cristãos. Constantino foi rápido em agarrar a vantagem política de aceitar e apoiar os cristãos, mas esta aceitação veio com um preço: o controle do estado (Roma) sobre todos os assuntos religiosos.
Em nenhuma parte na Bíblia o Pai ou Yeshua HaMashiach deram permissão de cessar ou para mudar o dia do Shabat do sétimo dia para o domingo, o primeiro dia da semana. Nenhum ser humano, instituição ou estado alguma vez teve o direito para mexer com o que o Eterno fez sagrado.

O Shabat e uma relação religiosa

O Shabat é vital à nossa relação com o Eterno porque molda o modo como nós O percebemos e O adoramos. Nós deveríamos nos lembrar do Shabat por formalmente adorarmos o Eterno neste dia. Caso contrário, nós perdemos esta compreensão especial que o Eterno quer desenvolver em nós através da adoração a Ele neste dia. Em Bereshit/Gênesis 2:1-3 diz:
“Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Elohim acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou o Eterno o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Elohim criara e fizera.”
O Shabat é um dia especial para nos concentrar em desenvolver nossa relação espiritual com o Eterno. Embora seja um dia de descanso de nossas rotinas normais e de rejuvenescimento físico até mesmo, não é um dia para não fazer nada, como alguns assumem. Pelo contrário, o Shabat é um dia especial aceso que nós mudamos o foco de nossa atividade dramaticamente.
O Eterno determinou que este é um período delicioso durante qual nós dispomos para nos achegarmos mais intimamente a Ele. O Eterno disse, através de Ieshaiáhu/Isaías 58:13-14:
“Se desviares o teu pé do Shabat, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao Shabat deleitoso, e o santo dia do Eterno, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, Então te deleitarás no Eterno, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança [a abundância de bênçãos] de teu pai Ya'akov; porque a boca do Eterno o disse.”
Realmente, “te deleitarás no Eterno” é a razão pela qual nós deveríamos cessar, durante às 24 horas do Shabat (sexta-feira ao anoitecer até o por-do-sol de sábado), o trabalho e atividades normais que consomem nosso tempo nos outros seis dias da semana.
Relações levam tempo. Toda associação próspera exige tempo. Nenhuma relação íntima pode ter sucesso sem isto — nenhum namoro, nenhum matrimônio, nenhuma amizade. Nossa relação com o Eterno não é nenhuma exceção. Porém, o Eterno quer que nós disponhamos um tempo especial para O adorar. É isso que é o Shabat — o sétimo dia da semana — pode prover.
A palavra hebraica Shabat שבת (Dicionário Strong's 07673) significa 1) parar, desistir, descansar; 1a) (Qal); 1a1) parar; 1a2) descansar, desistir (referindo-se ao trabalho); 1b) (Nifal) parar; 1c) (Hifil); 1c1) fazer parar, terminar; 1c2) exterminar, destruir; 1c3) fazer desistir; 1c4) remover; 1c5) levar a fracassar; 2) (Qal) guardar ou observar o sábado. Ou seja, o Shabat significa “cessar, pausar ou fazer uma intermissão.”
No Shabat nós somos chamados a cessar nossas atividades regulares e dedicar nosso tempo e atenção a nosso Criador. Por que? Em Shemot/Êxodo 20:11 encontramos o porque:
“Porque em seis dias fez o Eterno os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Eterno o dia do shabat, e o santificou.”
O Shabat, de um modo diferente de qualquer outra mitsvá, nos mantém em contato real com o Eterno, o nosso Criador.

Um mundo sem conhecimento do verdadeiro Eterno

Dê uma olhada no mundo a nossa volta. A teoria da evolução de que o mundo e tudo nele foi desenvolvido do nada, domina o pensamento do altamente educado. A maioria dos estudantes ridiculariza à ideia de que a criação requer um Criador que pensa, tem um proposito, o Todo-Poderosa. Até mesmo muitos estudantes que se professam cristãos aceitam este ponto de vista. Porém, a observância do Shabat no sétimo dia ao qual mantém aqueles que fielmente obedecem as Dez Mitsvót em recordação constante de que a sua fé é fundada na existência de um Criador bem real.
Nós lemos em Ivrim/Hebreus 11:3:
“Pela fé [acreditando no que a Bíblia nos conta] entendemos que os mundos pela palavra de Elohim foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.”
Esta fé não é nada menos que uma confiança inabalável em que a Bíblia foi inspirada pela Ruach do Eterno e com precisão revela como o mundo, e a raça humana, começou a existir.
O Eterno revela poucos detalhes sobre como Ele criou o universo — só que Ele o criou. Observando o Shabat traz este fato às nossas mentes todas as semanas. o Eterno não quer que nós percamos esta compreensão. Ele sabe que todo o mundo que negligencia este conhecimento perde a visão de quem e o que que Ele é. Isso é um conhecimento crucial. É também por isso que a observância semanal do Shabat é tão importante à nossa relação com nosso Criador. Nos mantém em recordação constante que nós adoramos o Criador do universo.

A criação continua

O Shabat não é apenas uma lembrança de uma criação passada. O Eterno terminou a parte física da Sua criação em seis dias. Porém, a parte espiritual ainda está a caminho. O Shabat é o primeiro dia de acesso a esta criação espiritual — a criação de uma nova pessoa no Mashiach — acontece. Como o apóstolo Sha'ul nos disse em 2 Coríntios 5:17:

“Assim que, se alguém está no Mashiach, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”

A nova criação espiritual é interna — no coração e no caráter de cada pessoa. Começa quando (Efésio 4:22-24):
“Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis na Ruach da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Elohim é criado em verdadeira justiça e santidade.”
Colossenses 3:10 nos diz:
“E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.”
O caráter espiritual não pode vir somente por nosso próprio testamento. O “velho homem” sucumbirá inevitavelmente às fraquezas e puxará a natureza humana. Sha'ul resume esta luta em Romanos 7:18-19, nos diz:

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.”

O próprio o Eterno cria o caráter espiritual santo e íntegro em nós. Ele reforma nosso pensamento e nos dá o testamento e o poder para resistir a nossa natureza. Sha'ul confirma isto, nos falando em Filipenses 2:13:

“Porque Elohim é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”
O dia de renovação

Você alcança o quão importante é isto? Se nós estivermos no Mashiach, nosso Pai divino estará criando em nós o Seu próprio caráter, a Sua natureza divina. Kefa Bet/2 Pedro 1:4 diz:

“Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.”
O dia da semana que Ele reservou perpetuamente para nos lembrar que Ele é que o Criador é o mesmo período semanal durante o qual Ele nos instrui e nos molda em uma nova criatura.
A Palavra do Eterno nos chama “bebês recém-nascidos” em Kefa Alef/1 Pedro 2:2:
“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.”
O Shabat é o tempo que o Eterno pôs de lado para nós crescermos mais intimamente a Ele pelo estudo da Sua Palavra (a Torá), oração pessoal e instrução de grupo.
Ele santificou-o — separando-o — como dia santo (Bereshit/Gênesis 2:1-3). Nós deveríamos usar este tempo para se deleitar Nele buscando a participação dele diligentemente em nosso desenvolvimento espiritual, como nos diz Ieshaiáhu/Isaías 58:14:
“Então te deleitarás no Eterno, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Eterno o disse.”
O Shabat é o dia ao qual os Talmidim de Yeshua deveriam estar se desenvolvendo mais íntimos um ao outro; como nos diz Ivrim/Hebreus 10:24-25:
“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.”
O Shabat é o único dia que o Eterno determinou para uma reunião semanal, como é dito em Vaikrá/Levítico 23:3:
“Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; Shabat do Eterno é em todas as vossas habitações.”
A evidência interna dos mostrada na Brit Chadashá que os Talmidim de Yeshua HaMashiach e os seus convertido continuaram se ajuntando no sétimo dia, o Shabat. Porém, eles observaram o dia com uma ênfase renovada na “nova” pessoa que o Eterno está a criar no processo. A relação do sétimo dia para as suas vidas cresceu em sua importância para eles. O livro de Ivrim/Hebreu (4:9) confirma que os seguidores de Yeshua e os Talmidim mantiveram o Shabat, afirmando que:
“Portanto, resta ainda um repouso [o Shabat] para o povo de Elohim.”
Sim, Yeshua e os seus Talmidim obedeceram constantemente o mandamento do Eterno para manter o santo Shabat. Eles mantiveram o sétimo dia como o Shabat, da mesma maneira que os judeus daquela época faziam. A ordem do Eterno para nós é dita em Shemot/Êxodo 20:8:

“Lembra-te do dia do Shabat, para o santificar.”
Nós precisamos desesperadamente tirar um tempo para crescer e estarmos perto de nosso Criador. Ele nos fala quanto tempo especial nós precisamos deixar aparte para nossa relação com Ele e quando fazer isto. Nós temos que decidir se nós confiamos no Seu julgamento e se estamos dispostos a obedecer o Seu mandamento do Shabat.

Cabalá

A Néfesh, a Ruach e a Neshamá
Por Gamli'el Ben Avraham
Baseado no artigo do Rab Jaim Zukerwar, autor é Diretor de Halel: e autor dos livros "La Esencia el Infinito y el Alma" e "La Percepción Judía de la Realidad". Na Wikipédia, e na Revista Morashá.

O homem é uma combinação de dois elementos diversos: corpo e alma. A alma é a verdadeira razão de nossa existência. Ainda que oculta a todos, é o que nos faz existir, é nosso "eu" verdadeiro.
Transcendente por natureza, é a parte divina de nosso ser, é o Sopro Divino que HaShem imbuiu em Adão, ao criá-lo. Bereshit/Gênesis 2:7 “... e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”
É esta centelha Divina que se constitui na essência de nossa vida interior. Apesar de ser o homem composto de matéria e espírito, seu corpo é somente o invólucro material dessa faísca Divina.
Além disso, é a alma que reflete diretamente nossa relação com HaShem, pois, como está escrito, "a chama de HaShem é a alma do homem" (Provérbios, 20:27).
Podemos comparar a alma à chama de uma vela. Quando acesa, sobe, percorre o ar, mas o pavio a puxa de volta à terra. Da mesma forma, enquanto a alma está em constante movimento ascendente, em direção a HaShem, o corpo, com suas exigências físicas, a retém neste plano físico. Uma pessoa íntegra e saudável é aquela em quem alma e corpo convivem unidos, em perfeita sintonia; é aquela que consegue atingir uma harmonia entre o seu lado material e o espiritual, alguém que consegue levar uma vida espiritualmente significativa e, ao mesmo tempo, produtiva.

Tipos de alma

O homem tem dois tipos de alma: a "alma animal" (Nefesh HaBehamit), faísca de HaShem contida no sangue, a dizer, nos processos da vida químico-fisiológica, é responsável pelos sentimentos e pela inteligência natural do ser humano. Está escrito na Torá: "A força vital da carne está no sangue" (Vaikrá/Levítico 17:11). Como esta "alma animal", para atender suas necessidades materiais, afasta o homem do plano espiritual, é chamada no Talmud, de "má inclinação" (Yetzer HaRá).
Este tipo de alma não existe somente no homem, mas em todas as criaturas vivas. Transmitida através do material genético no momento da concepção, expande-se constantemente à medida que a criatura amadurece. Consequentemente, a inteligência das diversas espécies animais varia muito de uma espécie a outra. O intelecto do ser humano é muito diferente do intelecto dos animais, e sua "alma animal" é responsável por atributos e faculdades distintos como: imaginação, memória, inteligência e vontade.
Além desse "eu" material, o homem possui também uma alma que é única entre todas as criações Divinas. Ao descrever a criação de Adão, diz a Torá: "HaShem formou o homem da poeira da terra, e depois soprou em suas narinas a alma da vida – Nishmat Chaim". O homem, então, tornou-se uma criatura viva – Nefesh Chayá (Bereshit/Gênesis 2:7). A Torá está-nos indicando que a alma humana veio diretamente da Essência mais íntima de HaShem. Bereshit/Gênesis 1:26 “E disse Hashem: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”
O restante da Criação, por sua vez, foi criado por HaShem através da Palavra Divina, que é de um nível inferior, pois assim como as ondas sonoras são geradas por uma pessoa mas não constituem a própria pessoa, da mesma forma o restante da Criação emana do Poder de HaShem, mas não de Sua Essência.
Este segundo tipo, a "alma divina", é uma entidade espiritual muito diferente e mais elevada que a alma "animal". É a "divina" que dirige a "animal" - nosso lado material - e é através dela que a alma, como um todo, cumpre suas funções e sua missão na terra. Em cada momento da vida do homem neste mundo físico, interagem o lado espiritual e material, um influenciando o outro. O contato e a atração mútua entre o corpo e a alma criam uma contingência, uma situação única, gerando a pessoa humana, que não é nem só corpo nem só alma, mas uma fusão dos dois.
A "alma divina" é frequentemente denominada "entidade singular" por ser única em sua missão. Pois, apesar de todos os laços que unem cada alma individual à sua Fonte Superior, cada uma dessas é única e especial em sua essência, em sua capacidade e naquilo que delas se exige. Não há duas almas que coincidam quanto aos atos, funções e caminhos que percorrem.
Quando a Torá relata a Criação do homem, no livro de Bereshit/Gênesis, nos diz: ... fez o homem, formou ao homem e o criou.
(Bereshit/Gênesis 1:26) “E disse HaShem: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”
(Bereshit/Gênesis 2:7) “E formou o Eterno HaShem o homem do pó da terra...”
(Bereshit/Gênesis 1:27) “E criou HaShem o homem à sua imagem; à imagem de HaShem o criou; homem e mulher os criou.”
Igualmente no livro do Profeta Ieshaiáhu/Isaías 43:7, encontramos o seguinte versículo: “A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz.”
Por quê a Torá emprega três verbos quando se refere a Criação do homem?
ez, se refere ao mundo da Ação e ao nível da alma que se chama Néfesh e está relacionado com os instintos.
Formou, nos indica o mundo da Formação e se refere ao nível da alma que se designa com a palavra Ruach e que abrange o aspecto emocional.
Criou, designa o mundo da Criação e esta conectado com o nível da alma denominado Neshamá, o pensamento.
Fez (Néfesh) → Formou (Ruach) → Criou (Neshamá)
Estes três níveis são três aspectos básicos gerais entre cinco que abrangem a totalidade da alma.

Os cinco níveis da alma

A alma não é algo concreto; está além daquilo que o intelecto consegue compreender por si próprio. A Cabalá explica que o que comumente chamamos da "alma" de um homem consiste, de fato, de várias "almas". Não é um ponto único no espaço e deve ser entendida não como uma única "existência" que tem uma qualidade ou caráter, mas como muitas "existências", de vários níveis espirituais. Podemos dizer que, na realidade, em cada homem há um determinado número de níveis de almas, unidas como os elos de uma corrente que se estende do corpo da pessoa até a Fonte de todas as almas. A ligação entre corpo e alma pode ser comparada com o que acontece na extremidade de um raio de luz, ao iluminar um corpo escuro.
O "eu" que surge da relação entre o corpo e a alma não é algo constante de uma essência especifica, é diferente em cada estágio da vida de um homem.
Por exemplo, no início de nossa existência, o "eu" concentra-se quase que totalmente no corpo e em suas necessidades. Com o amadurecimento, a pessoa se torna cada vez mais consciente da essência mais elevada de sua alma.
Segundo a Cabalá, o que chamamos de alma humana é composto por cinco partes:

  1. Néfesh -"alma animal", é a alma humana em seu nível mais primário. Anima a existência dando-lhe força de vida, de movimento e propagação das espécies, também capacitando o homem a pensar, divagar e sonhar. A palavra deriva da raiz Nafash, que significa repouso, como no verso, "No sétimo dia, (HaShem) cessou o trabalho e descansou (Nafash)" (Shemot/Êxodo, 31:17). Está associada aos instintos e desejos corporais.


  2. Ruach - que significa vento, é o Espírito, a "alma divina". Ela contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem e o mal. Em Yochanan/João 15:26, “Quando o Conselheiro vier, a quem eu lhes enviarei da parte do Pai – a Ruach da emet que provém do Pai e volta para ele –, a Ruach testemunhará a meu favor.” no capítulo 14:16, Yeshua HaMashiach diz: “e eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro conselheiro consolador, semelhante a mim, a Ruach da verdade, para estar com vocês para sempre.” e no verso 26, diz “Mas o Conselheiro, a Ruach Hakodesh, a quem o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará tudo, isto é, lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.”


  3. Neshamá, literalmente "sopro", é a Respiração, a "alma superior", mais pura ainda. Essa separa o homem de todas as outras formas de vida. Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se beneficiar da pós-vida. Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto para não-judeus no nascimento. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e presença de HaShem. A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah. Gershom Scholem escreve que essas "eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção intuitiva, e esta ao alcance somente de alguns poucos escolhidos".


  4. Chayá, a Essência vivente. A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.


  5. Yechidá, a Essência única, pode ser considerada o ponto de contato entre a alma e a própria essência de HaShem. Esta alma só se manifestar ao término do Yom Kipur, durante a Neilá.

Essas almas mais elevadas referem-se à verdadeira essência humana e sua associação com HaShem, Raiz Suprema, e com os mundos espirituais. Este conceito inclui também a alma adicional, que chega no início do Shabat e se vai, ao seu término.
Nossos sábios ensinam que o ato de HaShem, ao insuflar a alma em um corpo, pode ser comparado ao do artesão que sopra o vidro para dar forma a um recipiente. A alma, Neshamá, deixa os lábios do Eterno, viaja como o vento, Ruach, até finalmente descansar, Nefesh.
Dos três níveis, a Neshamá é o mais elevado e, portanto, mais próximo a HaShem. Enquanto Nefesh é aquele aspecto da alma que reside no corpo, Ruach fica entre os dois, vinculando o homem à sua Fonte Espiritual. É por essa razão que a Inspiração Divina é chamada Ruach Hakodesh, em hebraico. A Neshamá é movida apenas pelo pensamento; Ruach pela fala e Nefesh pela ação.

A imortalidade da alma

Um dos fundamentos do judaísmo é a crença na imortalidade da alma, na vida após a morte. Se acreditamos na Justiça Divina, consequentemente acreditamos também na imortalidade da alma. De que outra forma poder-se-ia conciliar o fato de tantas pessoas justas sofrerem nesta vida?
Da mesma forma que, antes de seu nascimento, uma criança já possui muitas qualidades que não lhe são úteis no ventre materno, mas indicam que nascerá em um mundo onde virão a ser utilizadas, o ser humano possui muitas qualidades que lhe são de pouca valia durante esta vida. Isto indica que após sua morte física, o homem renascerá em uma dimensão superior.
Detalhes da imortalidade não são mencionados na Torá, já que a Revelação trata apenas do mundo atual. No entanto, quando o profeta Isaías fala sobre o Mundo Vindouro, diz: "Porque em tempo algum se ouviu, jamais os ouvidos se aperceberam nem os olhos viram outro HaShem além de Ti, que realizas em favor daqueles que em Ti acreditam" (Ieshaiáhu/Isaías 64:3). Isto significa que nem mesmo aos maiores profetas foi dada permissão de antever a recompensa dos justos.
Para entender cada um destes aspectos existe um exemplo tradicional, o qual nos relata que o homem é como uma carruajem que se usava antigamente como meio de transporte.
No exemplo, a carruajem simboliza o corpo do homem que por si só não pode realizar nenhum movimento. Os cavalos que se acoplam a carruajem são os instintos, a Néfesh, que movem a carruagem fisicamente nas diferentes direções. O cocheiro simboliza a emoção, a Ruach, que indica: parar, para a direita ou para a esquerda, mais rápido, mais lento, etc. Mas, quando a carruajem se encontra ante a possibilidade de tomar diferentes caminhos, quem decide? A carruajem por si só não pode mover-se; os cavalos esperam a ordem do cocheiro; e o cocheiro, a quem obedece? Ao passageiro, a quem não vemos mas é o que faz com que tudo se mova e gire em torno da sua vontade, já que ele foi quem “contratou” a carruajem com os cavalos e o cocheiro para conduzi-lo até seu "destino".
A Neshamá, essência interior da alma, está representada pelo passageiro, e se reveste no corpo através dos instintos, emoções e pensamentos para chegar a seu objetivo: a tomada de consciência de sua natureza e sua função no mundo, para logo fusionar conscientemente com a Luz Infinita.
Este objetivo pode ser conseguido através de dois caminhos:




  1. Com consciência, quando os três aspectos da alma (pensamento, emoção e ação) estão em harmonia com as leis que regem a Criação, ou


  2. Com sofrimento, quando os cavalos, o cocheiro e o passageiro estão em desacordo. Do que se deduz que se o homem pensa de uma forma e sente de outra, seus atos o conduzirão inevitavelmente ao sofrimento.

Assim como existem leis que regem os fenômenos físicos, como é a lei da gravidade, etc., também existem leis que regem os planos instintivos, emocionais, mentais e espirituais. A verdadeira liberdade surge quando o homem age em concordância com essas leis e não simplesmente de acordo com seu sentir momentâneo, instintivo e/ou emocional.
Por isso o judaísmo, através da Torá e das mitsvót (mandamentos), é um estudo e um treinamento constante em adaptar as características humanas as leis superiores que regem todos os planos da Criação. A Torá nos transmite as leis objetivas que regem a vida e a Criação, e as mitsvót nos proporcionam os elementos práticos, que quando são bem aplicados, nos ajudam a dirigir nossos desejos até o bem de nossos semelhantes e o nosso próprio, transformando-nos dessa maneira em "sócios ativos do programa da Criação".

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Yom Kipur

O Dia da Reparação
  
Como podemos concertar nossa alma? Neste lapso não servem as ferramentas. O que você necessita é “colar”. Certamente, reparar uma alma é muito parecido com o recuperar uma relação: Necessita um veículo tão forte onde todos os defeitos sejam desejados, e seu desejo seja fixar-te somente no bem d outro. Yom Kipur é o dia no qual os unimos a nossa fonte superior (HaShem).
  
Comer Bem
 
Comer bem e abundante na véspera de Yom Kipur é uma Mitsvá (preceito). Na realidade, comer bem na véspera e jejuar o dia de Yom Kipur é considerado como se juntássemos ambos os dias.
Beba muito e não como nada pesado. Trate de comer nozes ou coisas que se aderem a seus dentes. Se tiver filhos, apóie suas mãos sobre suas cabeças e bendiga-os desejando-lhe a cada um, um ano bom e doce.
  
O Valor Terapêutico do Perdão
 
No Dia do perdão (Yom Kipur), se sela o veredito para a pessoa e para o mundo em geral, para o ano que começa.
É um dia de grande santidade, e em mérito da imensa Divindade que o ilumina, se produz o perdão dos pecados. Nós recebemos a santidade do dia através do jejum, das tefilot (orações) e da Teshuvá (arrependimento).
É o dia em que se adquire o nível máximo de união com HaShem, quando se revela o nível de maior espiritualidade da alma judaica, que recebe o nome de “Yechidá”. Apesar de sua solenidade, é um dos dias mais felizes do ano, porque neste dia recebemos o regalo mais sublime de HaShem, Seu perdão. Quando uma pessoa perdoa a outra, é por um profundo sentido de amizade e amor que anula e sobrepõe o efeito do mal que se tenha feito. Do mesmo modo a indulgência outorgada por HaShem é a expressão de seu amor incondicional e eterno para conosco.
Até mesmo quando nós transgredimos Sua vontade, nossa essência – a alma – permanece pura e sagrada.
Yom Kipur é o único dia do ano em que HaShem revela que nossa essência e a D'le são a mesma, pois nesse nível, o povo judeu é invisível, e todos os seus integrantes são realmente iguais. Em Yom Kipur cada pessoa pode e deve sentir-se na atmosfera especial da Shechiná ou Presença Divina. É por essa razão que em Yom Kipur jejuamos.
Comer expressa a conexão com o terreno, se consome coisas que provêm da terra e se convertem em parte de nosso próprio corpo. Em Yom Kipur estamos liberados desta limitação. Se entra num âmbito espiritual de eternidade e iluminação. Neste dia não comemos porque estamos num plano superior, além do terreno!
Se você pensa que deve uma disputa com alguém vá e peça que te perdoe. Também se desculpe com todos aqueles que te molestaram de uma ou de outra forma. Recorde-se que tal como você se comporta com teu próximo, do mesmo modo eqüitativamente HaShem se comporta contigo.
 
Kol Nidrei
 
Olhe para nossos Corações e não nossas Roupas
A primeira oração que nós recitamos em Yom Kipur é o Kol Nidrei, o cancelamento de nossos votos e promessas. Esta oração é muito antiga, a primeira versão escrita é atribuída ao Rabino Amram Gaón que viveu no século IX. Porém, teve um significado especial quando durante a Inquisição Espanhola os judeus foram forçados a se converter ao Catolicismo baixo de ameaça de morte. Externamente, os judeus se comportavam como os seus vizinhos espanhóis, mas no privado eles continuaram se dedicando ao Judaísmo. Uma vez por ano, os judeus se encontravam reservadamente para o serviço de Yom Kipur e recitavam o Kol Nidrei, anulando suas falsas vidas como católicos e afirmando seu compromisso para com o Judaísmo. O Kol Nidrei era sua proclamação que sua conduta externa não refletia o que eles realmente eram. Nossas almas são encerradas em engrenagens externas pelas quais nós pensamos, falamos e atuamos inclusive incongruentemente a nosso Judaísmo, mas, isso não é o que nós realmente somos. Em Yom Kipur, nós queremos transcender além das nossas engrenagens externas e localizar nosso verdadeiro ser, nossas almas interiores.
Quando o sol se põe no horizonte o Hazan (aquele que conduz o serviço) comove nossas almas com o Kol Nidrei. Porém, a oração mais importante durante Yom Kipur, a qual recitamos dez vezes, é o Vidui. O Vidui é a confissão e a aceitação de nossas responsabilidades pelos erros cometidos, quitando assim seus resíduos de nossas almas. Como não é fácil recordar todos os nossos erros, no texto do Machzor (Livro de Rezas) nos provê de uma lista por ordem alfabética o qual recitamos todos. Com cada confissão que pronunciamos nossas almas se libertam e se elevam ainda mais e mais alto, até alcançar sua máxima elevação durante as Tefilot de Neilá, quando os Portões do Céu começam a fechar-se.
 
“Que nossas promessas não sejam consideradas promessas, que nossos juramentos não sejam considerados juramentos.” - Kol Nidrei
  
O Quê, Como e Quando?
 
Kaparot – Na véspera de Yom Kipur, cedo pela manhã, se faz o ritual de “Kaparot” para saldar a possibilidade de um mal decreto Divino. Se utiliza um galo para os homens e uma galinha para as mulheres. Passa-se a ave por sobre a cabeça 3 vezes para transferir-lhe em forma simbólica nossos pecados, depois disso se dá a ave para o pobre como caridade.
 
Perdão – Nos reconciliamos uns com os outros e fomentamos o companheirismo e o amor ao próximo para que não caiamos em pecado entre nós, os quais não são redimidos em Yom Kipur se não houve reconciliação.
 
Acendimento das Velas – Na véspera de Yom Kipur, se acendem as velas de Yom Tov.
 
Jejum – Algumas pessoas pensam que Yom Kipur é um dia triste. Mas, é possível que o dia mais elevado do ano seja triste? É que justamente o ocupar-se das necessidades físicas neste dia sagrado seria o maior descenso, e ele nos desconectaria de nossa fonte e nos introduziria novamente dentro do mundano.
É por isso que nos vestimos com um “Talit” (manto) branco, para recordarmos que neste dia somos como os anjos, que não comem e nem bebem e se elevam espiritualmente.
O processo mais importante do dia é o jejum. Este começa no entardecer da entrada de Yom Kipur, antes do pôr-do-sol, e se finaliza com a saída das estrelas que simboliza a entrada do próximo dia e o término de Yom Kipur (aproximadamente 45 minutos após o pôr-do-sol).
Além da proibição de comer e beber, também se proíbe neste dia banhar-se, usar calçado de couro, as relações conjugais e o uso de cosméticos.
 
Tefilot (Orações) – Em Yom Kipur recitamos 5 tefilot: A noturna, que começa com o Kol Nidrei; Shacharit e Musaf durante a manhã; Minchá e Neilá antes do anoitecer.
Durante Yom Kipur depois da leitura da Torá se recita o “Izcor” (Serviço Recordatório) para recordar as almas de nossos entes queridos. Durante este serviço nós pedimos a HaShem que se lembre das suas almas. Também é uma oportunidade espiritual sem igual para nos reconectar, embora por alguns momentos, com esses que não estão mais fisicamente conosco.
É costume durante o “Izcor” prometer doar dinheiro para caridade em mérito de suas almas. Obviamente como não utilizamos dinheiro em Yom Kipur o dinheiro prometido é entregue a caridade nos dias subseqüentes.
Em casa recitamos o “Vidui” (confissão).
 
Preparativos para Sucot – Logo após quebrar o jejum é costume começar com os preparativos de armar a Sucá.
 
Finalizando
 
Para concluir-se o Yom Kipur, recitamos a “Havdalá” na sinagoga e retornamos a nossos lares para comer uma ceia festiva. Nos desejamos uns aos outros um “GUT YON TOV” (Feliz Festa!). De acordo com os ensinamentos de Baal Shem Tov, nos encontramos no dia mais puro do ano já que nossas almas estão limpas e brilham como novas.
 
Yom Kipur é o dia mais elevado do calendário, por isso:
  • Não realizamos nenhum trabalho (como no Shabat).
  • Não comemos, nem bebemos nada (exceto ante o perigo de vida).
  • Não tomamos banho.
  • Não nos lavamos mais do que o mínimo necessário.
  • Não utilizamos calçado de couro.
  • Não temos relações conjugais.

Os Dez Dias de Teshuavá (Retorno)

Voltando ao Criador
 
Os dias que ocorrem entre Rosh Hashaná e Yom Kipur são conhecidos como os dez dias de Teshuvá.
Arrependimento insinua que você se comportou mal e então você deve se retificar. Comumente a palavra Teshuvá muitas vezes é mal traduzida como arrependimento, “Teshuvá” significa realmente “Retornar”.
Isto significa que essencialmente você é sempre bom, só que pelas coisas da vida você se desvia de sua "base", e a única coisa que você tem que fazer é redescobrir seu interior, seu verdadeiro lugar e voltar lá.
Um retorno a nossa verdadeira essência, a que sempre permanece conectada a sua fonte. O caminho da "teshuvá" começa com um sincero arrependimento pelas nossas transgressões e a firme decisão de abandonar essas práticas. Também é o desejo para se acercar mais de HaShem pela oração e o incremento em nossa execução dos preceitos, particularmente no preceito de dar caridade aos necessitados, o qual “redime” a alma de sua prisão espiritual. Nas palavras do Zohar, “A Teshuvá faz retorno a presença Divina, a fonte da alma, do exílio para o qual foi confinada pela transgressão".
Esta é a época mais espiritual do ano, é um momento no qual nossas almas estão mais próximas do céu do que da terra, quer percebamos isto ou não, é assim. Durante o ano a alma pode elevar-se muito, mas nestes dias a alma pode chegar até sua própria essência. Use estes dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur para meditar, orar, para estudar a Torá e cumprir mais Mitsvot.
 
“Teshuvá redime a Fonte da alma de seu exílio, e faz retornar o fluxo das manifestações Divinas ao lugar correto”. - Zohar

A Chegada das Festas

Rosh Hashaná: O Ano Novo Judaico
É Rosh Hashaná, chegou o dia de dizer, “Eu sou judeu, eu pertenço a este povo, eu me conecto, eu me identifico”. Uma vez estabelecido isto, você pode dar o próximo passo, conectando-se mais, estudando mais a Torá, pondo-se num melhor estado (espiritual). Mas, tudo começa com a idéia de saber quem você é.
 
O Elogio dos Filhos de Adam
A primeira ação de Adam, foi a de proclamar a HaShem como “Rei do Universo” e para ele convocou todas as criaturas viventes. A cada Rosh Hashaná, nós também proclamamos a HaShem como Soberano absoluto do universo. A cada ano, nesta data, pedimos ao Criador que aceite reinar sobre nós e por isso a palavra Mélech (Rei) aparece constantemente nas tefilot (orações) destes dias.
 
O Dia do Juízo – Yom Hadín
Todas as criaturas do universo são submetidas ao juízo de HaShem. Entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, O Juiz Supremo decide o destino de cada ser humano.
 
O dia de fazer soar o Shofar – Yom Terúa
Rosh Hashaná é chamado “o aniversário do universo". É o dia no qual o Grande Programador de todas as coisas” se dedica a considerar se vale a pena todo o universo e então “reiniciar o sistema”. Na realidade, Rosh Hashaná literalmente significa “Cabeça do Ano". Assim, como a cabeça contém todos os "controles" para todos os órgãos do corpo, Rosh Hashaná é o tempo em que cada dia do ano você "reinicializa" dentro do "sistema".
Se proclama o dia solene com o som do Shofar. O som do shofar inspira reverência e é um chamado a humanidade, a reflexão e ao arrependimento.
É um espaço crucial, onde cada momento de Rosh Hashaná deve ser preenchido com bons pensamentos, boas palavras e boas ações. Quando isto acontece eu “reinicio”? Acertou! Com o primeiro toque do Shofar.
Rosh Hashaná tem uma única Mitsvá: Ouvir o som do Shofar. Um simples chifre de carneiro. Depois da leitura da Torá, 30 soares são emitidos pelo Shofar em uma ordem pré-determinada. Mais tarde, são emitidos outros 70 soares completando um total de 100 vozes. O Shofar é escutado em ambos os dias de Rosh Hashaná.
Teu Despertador Pessoal é escutado cem vezes em Rosh Hashaná através do Shofar. O Shofar é um chifre de carneiro, o antigo e primitivo instrumento de sopro, ainda continua comovendo as fibras mais íntimas de nossas almas. O som é simples e melancólico, um lamento mais profundo do coração, como o de um filho que procura seus pais. É um chamado para que avaliemos nossos atos e melhorarmos nosso caminhar, tal como é expresso no verso: “Despertem do seu sonho os que estão dormindo e o entorpecidos pela sua letargia, examinem suas ações, retornem e se lembrem de seu Criador". - Maimônides, Leis do Arrependimento 3:4
O Shofar proclama ao coroação de HaShem como o Rei do Universo e nos lembra dos grandes eventos envolvidos com um chifre de carneiro. Depois de estar a ponto de sacrificar o seu filho Ytschac, nosso patriarca Avraham sacrificou um carneiro no seu lugar; o som de um de seus chifres foi escutado 363 anos mais tarde quando nós recebermos a Torá no monte Sinai. O som do outro chifre anunciará a segunda vinda do Mashiach e a redenção final do povo judeu.
 
O Shul
Por que quando o Mestre do Universo esta ocupado com temas tão importantes, aborrecê-lo com nossas tefilot? Sem nossas tefilot (orações), Ele dirige o mundo como o faria um rei, com um juízo rígido e impessoal. Nosso objetivo é criar uma relação bidirecional, mais próxima e semelhante a uma relação pai-filho. Na realidade, o som do Shofar emula o grito de um filho que chama a seu pai. Este é o segredo que se esconde por trás da famosa oração: "Nosso Pai, Nosso Rei".
 
O Livro da Vida
No início do serviço noturno da primeira noite de Rosh Hashaná se costuma a desejar mutuamente “LESHAMÁ TOVÁ TIKATEV VETECHATEM”, que significa: “Para um bom ano, que sejas inscrito(a) e selado(a)”. Se temos méritos seremos inscritos no Livro da Vida e dez dias depois, em Yom Kipur seremos selados. Através do arrependimento sincero, da oração de coração e da caridade podemos endossar os decretos Divinos e ser merecedores da benção de HaShem.
 
O Quê, Como e Quando?
Ascendimento das velas – Na véspera de Rosh Hashaná se ascendem as velas de Yom Tov. No segundo dia antes do ascendimento das velas, se coloca na mesa uma fruta fresca da estação e ao recitar a benção de Shehechianu, devemos ter presente em nossa mente essa fruta fresca.
O som do Shofar – Este é o preceito central e mais importante da festa. Se faz soar o Shofar todos os dias de Rosh Hashaná durante as orações da manhã.
Tashlich – O Tashlich se realiza no primeiro dia de Rosh Hashaná. Depois da oração da tarde, antes do pôr-do-sol, se costuma ir a uma fonte de água natural, rio ou mar que contenha peixe, e se recita o texto do Tashlich. A água simboliza a bondade de HaShem, os peixes representam os olhos do Criador que sempre se encontram abertos velando por Suas criações. Este costume tem como objetivo despertar a Misericórdia Divina e simboliza o cessar de todos os nossos pecados; pois através do recitar de algumas orações (Machzor) onde nós invocamos a Grande Piedade de HaShem que prometeu lançar nossos pecados às profundezas dos mares.
 
“A terra estará cheia do conhecimento de HaShem como as águas cobrem o fundo do oceano.” - da Liturgia do Tashlich

As palavras do profeta Michá (Miquéias) fazem menção nestas orações, elas contêm o significado por detrás deste costume: “[HaShem] lançará suas transgressões nas profundezas do mar". A Cabalá ensina que a água simboliza a bondade, e os peixes sempre lembram os olhos sempre aberto da Divina providência. O peixe ao não ter pálpebras, seus os olhos sempre estão abertos. As criaturas do mar representam de acordo com a Cabalá a união com as coisas Divinas. Os homens justos são chamados de “peixes do mar", já que como os peixes são rodeados pelo mar, os justos estão completamente imersos nas águas da Torá totalmente unidos a HaShem.
Durante as Refeições – Nossa relação com o Criador é tão sólida pelo que nós começamos a celebrar um bom ano antes que este comece. Por isso em ambos os dias de Rosh Hashaná fazemos tanto jantares quanto almoços festivos. Estas Festividades são muito ricas em simbologia que representam um ano doce e bom.
Em Rosh Hashaná depois do Kidush é costume comer alimentos que simbolizam doçura, bençãos e abundância. Nós comemos um pedaço de Chalá (pão trançado) encharcado em mel. Na primeira noite, de Rosh Hashaná também se satura um pedaço de maçã com mel.
Antes de comer dela recitamos: Bendito sejas Tu, Eterno nosso Elohim, Rei do universo, Criador do fruto da árvore. Seja Tua vontade renovar nosso ano bom e doce, em nome de Yeshua nosso Mashiach.
Ouros costumes incluem comer a cabeça de um peixe (simboliza que estamos sempre na cabeça), granada (simboliza que tenhamos muitos méritos como os grãos da granada) e cenouras cujo nome em idish é Mern – aumentar, indica que nos multipliquemos.
É costume não comer durante Rosh Hashaná alimentos com sabor azedo ou amargo. Tampouco comemos nozes porque o valor numérico da palavra “Egoz”, noz é igual a da palavra heréia “Chet” que significa pecado.
A estratégia é simples, quando um pai vê que os seus filhos têm confiança nele, normalmente reage da mesma maneira para com eles, e este mesmo princípio é aplicável a Nosso Pai Celestial. Na segunda noite de Rosh Hashaná comemos uma fruta fresca da estação imediatamente depois do Kidush.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sodoma e Gomorra

Será que a ciência confirma a Torá?
 
By Gamli'el ben-Avraham
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Vejemos se conseguimos responder esta questão, através da análise das escrituras e dos eventos naturais observados pela prisma da ciência. O Eterno teria mandado um asteróide para destruir Sodoma e Gomorra? Vejamos o que nos diz a Torá, na porção (parashá) chamada de Vaierá (“Apareceu-lhe”) que encontra-se Bereshit/Gênesis 18:1 – 22:23.
Em Bereshit/Gênesis 18:20-33 lê-se:
“Disse mais o Eterno: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, descerei agora, e verei se com efeito têm praticado segundo o seu clamor, que é vindo até mim; e se não, sabê-lo-ei. Então viraram aqueles homens os rostos dali, e foram-se para Sodoma; mas Avraham ficou ainda em pé diante da face do Eterno. E chegou-se Avraham, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? Então disse o Eterno: Se eu em Sodoma achar cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles. E respondeu Avraham dizendo: Eis que agora me atrevi a falar ao Eterno, ainda que sou pó e cinza. Se porventura de cinqüenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco. E continuou ainda a falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei por amor dos quarenta. Disse mais: Ora, não se ire o Eterno, se eu ainda falar: Se porventura se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta. E disse: Eis que agora me atrevi a falar ao Eterno: Se porventura se acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei por amor dos vinte. Disse mais: Ora, não se ire o Eterno, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei por amor dos dez. E retirou-se o Eterno, quando acabou de falar a Avraham; e Avraham tornou-se ao seu lugar.”
Porém, nem esses dez justos havia. Assim, dois anjos foram até Sodoma para tirar Lot e sua família. Mas foram percebidos pela população da cidade que rodeou a casa de Lot e exigiram com violência que os dois lhes fossem entregues para poderem abusar deles. O relato prossegue (Bereshit/Gênesis 19:9-16), onde lemos:
“Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em tudo? Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, sobre Ló, e aproximaram-se para arrombar a porta. Aqueles homens porém estenderam as suas mãos e fizeram entrar a Ló consigo na casa, e fecharam a porta; E feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta. Então disseram aqueles homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; Porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem aumentado diante da face do Eterno, e o Eterno nos enviou a destruí-lo. Então saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Eterno há de destruir a cidade. Foi tido porém por zombador aos olhos de seus genros. E ao amanhecer os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade. Ele, porém, demorava-se, e aqueles homens lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua mulher e de suas duas filhas, sendo-lhe o Eterno misericordioso, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade.
Lot não quis fugir para o monte – onde estava Avraham –, e rogou ao Eterno que Ele o deixasse fugir para a cidade que acabou por ser chamada de Tsôar e nela se refugiar com os seus, o que o Etero lhe concedeu. Bereshit/Gênesis 19:24-29, prossegue dizendo:
“Então o Eterno fez chover enxofre e fogo, do Eterno desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra; E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal. E Avraham levantou-se aquela mesma manhã, de madrugada, e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Eterno; E olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina; e viu, que a fumaça da terra subia, como a de uma fornalha. E aconteceu que, destruindo Elohim as cidades da campina, lembrou-se Elohim de Avraham, e tirou a Ló do meio da destruição, derrubando aquelas cidades em que Ló habitara.”
* * *
Dois cientistas britânicos Alan Bond, diretor da empresa de propulsão espacial Reaction Engines, e Mark Hempsell, especialista em astronáutica da Universidade de Bristol, decifraram as inscrições cuneiformes de um bloco de argila (Planisfério Sumério) datado de 700 AEC, e levantaram uma tese que tem verossimilhança dentro desta Parashá, nos fornecendo valiosos elementos para a reflexão.
Bond e Hempsell concluíram se tratar do testemunho lavrado por um astrônomo sumério descrevendo a passagem de um asteróide cujas características se assemelham à chuva de fogo que arrasou as cidades de Sodoma e Gomorra.
Este estudo teve ampla circulação pela imprensa mundial como a BBC Brasil, os jornais Times de Londres, La Stampa de Turim, e no The Australian. Acabando por se tornar um objeto de crítica e análise. Os especialistas reuniram os dados e suas conclusões no livro “A Sumerian Observation of the Kofels Impact”, publicado em Londres.
Através de toda a Bíblia, vemos HaShem agindo por meio de causas segundárias. Quer dizer, por meio de seres criados, elementos da natureza, homens ou anjos.
No caso de Sodoma e Gomorra, Elohim se valeu do fogo: “fez chover enxofre e fogo” (Bereshit/Gênesis 19:24).
A dedução de Bond e Hempsell explicaria a “causa segundária” empregada por Elohim para gerar a formidável massa de fogo capaz de provocar a “grande fornalha” que “destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo”: um asteróide que causou profunda impressão nos astrônomos caldeus que o viram passar.
O local estimado das ruínas de Sodoma e Gomorra fica nas vizinhanças do Mar Morto, nos sítios arqueológicos de Bad EDH-Dhra e Numeira.
Sodoma, que significa “queima, a parede”, e Gomorra, que significa “submersão”, foram duas das cinco cidades da planície de Sidim, que foram destruídas pelo fogo. O Vale de Sidim, que significa “Vale das grandes planícies” é relatado em Bereshit/Gênesis 14:3, 8 e 10:
“Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o Mar Salgado). (…) Então saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Belá (esta é Tsôar), e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim (…) E o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram para um monte.”
Aqui Kedarlaómer e os reis confederados derrubou os reis de Sodoma e as cidades da planície. HaShem posteriormente, em razão de sua maldade, subverteu aquelas cidades e toda a planície, e todos os moradores das cidades, e da fumaça de sua destruição "subia, como a de uma fornalha" (19:24-28 ), e foi visível a partir Manre, onde habitava Avraham.
Ambos os locais foram destruídos ao mesmo tempo por um enorme incêndio. Os restos da destruição é de cerca de três metros de espessura. Assim, fica a pergunta: O que provocou essa terrível calamidade? As surpreendentes descobertas nas ruínas revelou a causa.
Os arqueólogos descobriram que os edifícios que soterraram os mortos foram queimados por um incêndio que começou no telhado. Assim, levanta-se a questão: O que faria com que todas as estruturas dasruínas fossem destruídas dessa forma? A resposta para o mistério é encontrado em Bereshit/Gênesis 19:24, que diz:
“Então o Eterno fez chover enxofre e fogo, do Eterno desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra.”
A única explicação concebível para esta descoberta única nos anais da arqueologia é que a queima das ruínas caíram sobre os edifícios a partir do céu. Mas como poderia acontecer tal coisa? Para responder a eta perqunta vejamos o que a ciência nos revela.
A tabuleta de argila descoberta nas ruínas de Nínive por Sir Henry Layard em meados do século XIX., e hoje esta exposta no British Museum, é conhecida como “Planisfério”, que contém anotações de um astrônomo milhares de anos atrás. Bond e Hempsell usaram a tecnologia computadorizada para simulação da trajetória de objetos celestes. Assim reconstruíram o céu observado por esse astrônomo há milhares de anos. Os cálculos apontaram que o evento descrito aconteceu na noite do dia 29 de junho de 3.123 AEC, de acordo com o calendário juliano.
Os pesquisadores interpretam que a metade do "Planisfério" informa a posição dos planetas e das nuvens. A outra metade descreve a trajetória de um asteróide de mais de um quilômetro de diâmetro. Mark Hempsell diz que, pelo tamanho e rota do objeto, pode se tratar do asteróide que caiu na região de Köfels, nos Alpes austríacos. O meterorito não deixou cratera, pois provocou enorme desabamento no morro contra o qual bateu. O asteróide teria voado próximo ao chão, e as ondas supersônicas que produziu impactaram a Terra com força cataclísmica.
O asteróide teria gerado uma bola de fogo (constituída de até dois terços do asteroide) com temperaturas de até 400°C (725F) e teria devastado por volta de 1 milhão de quilômetros quadrados. Esta bola de fogo foi lançada para trás na mesma rota matando qualquer um em seu caminho. O seu impacto teria sido equivalente a mais de 1.000 toneladas de TNT (dinamite) – 100 vezes mais potente que a maior bomba atômica.
A nuvem de fumaça causada pela explosão do asteróide teria atingido o Sinai, algumas regiões do Oriente Médio e o norte do Egito. Em Köfels, há traços de um impacto cósmico que provocou o desabamento numa área de 5 quilômetros de largura. Nenhuma forma de vida deve ter sobrevivido em tal vez centenas de quilômetros em volta. Houve realmente uma chuva de “enxofre e fogo” caindo do céu!
Para Hempsell e Bond a trajetória do asteróide descrita na tabuleta leva a achar que no seu percurso, o asteróide causou pavorosas destruições numa longa faixa. Esta colisão, produziu uma imensa nuvem de escombros incandescentes com centenas de km no céu e se estendeu por cerca de 900 km. Sodoma e Gomorra estavam nessa faixa e teriam sido destruídas pela chuva de “enxofre e fogo, do Etero desde os céus, sobre sodoma e Gomorra” bem como pela onda de impacto provocada pelo asteróide. Assim, vemos que o juizo de Elohim já havia sido proferido, e que o extermínio destas duas cidades era eminente e não tardaria um minuto a mais, por esta razão lê-se que o Anjo toma a frente para tirar Lot da cidade, sem demora para que este não perecesse junto com o povo dela. Bereshit/Gênesis 19:15-17:
“E ao amanhecer os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade. Ele, porém, demorava-se, e aqueles homens lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua mulher e de suas duas filhas, sendo-lhe o Eterno misericordioso, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade. E aconteceu que, tirando-os fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças.”

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A Graça e a Lei

Por Que Elas São Inseparáveis?
Por Gamli'el Ben-Avraham baseado em “The New Covenant: Does It Abolish God’s Law?”.
A palavra graça é regularmente usada por algumas pessoas religiosas como se substitui-se toda a necessidade de obedecer a lei do Eterno. Esta conclusão não só é inexata, como também é diabólica! Aqui está a razão: Sem lei não haveria nenhuma necessidade da graça. A palavra graça, como a palavra grega “charis” é traduzida na Brit Chadashá (Novo Testamento), significa mostrar livremente “favor” — um presente (é de charis que nós derivamos a palavra caridade). Em um contexto religioso a palavra graça é freqüentemente usada para o presente de perdão. Ela se refere como o Eterno estende o Seu favor aos pecadores arrependidos perdoando a nossa desobediência anterior da Sua lei (Torá) — o nosso “pecado previamente cometido” (Ruhomiyahu/Romanos 3:25):
“Ao qual Elohim propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência do Eterno.”
Isto é necessário porque...
“Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade.” (Yochanan Alef/1 João 3:4).
Se não houver nenhuma lei para quebrar, não há nenhuma coisa tal como pecado. E se não há nenhum pecado a mesma idéia de graça, como o perdão do Eterno, não tem nenhum significado.
Elohim não elimina simplesmente nossos pecados, nossos atos sem lei. Nem Ele os ignora simplesmente. No entanto:
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que o Mashiach morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:3)
… assim:
“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Yeshua que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Elohim, provasse a morte por todos.” (Ivrim/Hebreus 2:9).
Em outras palavras, era fazer o favor de Elohim — a Sua graça — disponível a todos que se arrependem (virando as costas para o pecado) que Yeshua...
“O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” (Tito 2:14).
Então, graça cerca mais que apenas o perdão para os pecados passados. Também inclui o presente da Ruach HaKodesh (o Espírito Santo) para nos ajudar a obedecer as leis do Eterno. Realmente, recorre a todos os presentes grátis e não merecidos de HaShem. Inclui a Sua ajuda em nos voltarmos inicialmente para longe do pecado e nos conduzindo à Sua verdade e modo de vida, o Seu perdão de nossos pecados passados e no final das contas nos concedendo o maior presente de todos — a vida eterna no Seu Reino.
Mas sem lei (Torá), a graça seria sem sentido porque não haveria nenhum modo para definir o pecado. Ainda sem graça, não pôde ser dado o perdão dos pecados por quebrar a lei do Eterno disponível para nós. Assim Yeshua morreu e subiu aos céus para tornar a graça disponível para qualquer um que esteja ansioso e disposto a ir novamente e não pecar mais, como é dito em Yochanan/João 8:11.
Pela graça, nós podemos ser perdoados primeiro de nossas transgressões e então permitidos pela Ruach HaKodesh a obedecer a lei (Torá) do coração do Eterno — com a última meta e promessa de poder viver para toda a eternidade em obediência perfeita. Assim, lei (Torá) e a graça são totalmente inseparáveis.
A Torá (Lei) é necessária para definir o pecado e suas conseqüências. A Graça é necessária para que assim possamos ser perdoados de nossos pecados e possamos ser conduzidos a obediência a Torá do Eterno pelo poder da Ruach HaKodesh e com a ajuda de Yeshua HaMashiach que é nosso Salvador e Kohen Gadol Sumo-Sacerdote).

A Brit Chadashá

Como é o “Novo” na Nova Aliança?
Por Gamli'el Ben-Avraham baseado em “The New Covenant: Does It Abolish God’s Law?”.
Na Brit Chadashá (Novo Testamento) a palavra grega traduzido por “novo” em “Novo Testamento” é, com uma exceção, kainos, que significa “novo sobre a forma ou qualidade, de uma natureza diferente da qual é, contrastado como o velho” (Vine’s Complete Expository Dictionary of Old and New Testament Words, 1985, “novo,” ênfase somada).
Só em Ivrim/Hebreus 12:24 é diferente a palavra, ode se usa no grego “neos” para designar “novo” em “Novo Testamento”. Neos “significa ‘novo' a respeito de tempo que é recente; é jovem de uso, e assim traduzido, especialmente o grau comparativo ‘mais jovem'; adequadamente o que neos pode ser é uma reprodução do velho em qualidade ou caráter” (ibid., ênfase adicionada).
Nenhuma palavra grega para “novo” sugere que todo aspecto do Sinai ou Antigo Testamento (Tanach), foi substituído. Apenas indica que a mais recente convenção aumentou e melhorou a qualidade da convenção original. O inquestionável do Novo Testamento (Brit Chadashá) proporciona uma relação melhor para com o Eterno que a relação retratada apenas simbolicamente na convenção anterior. Para assegurar esta melhor relação, algumas novas características foram somadas ao “Novo” (ou qualitativamente melhorado) Testamento e algumas características obsoletas foram substituídas. Mas as características comum a ambos as convenções permanecem inalteradas e imexíveis.
Esta nova relação só está disponível através de Yeshua HaMashiach, nosso novo Kohan Gadol (Sumo-Sacerdote) e nosso sacrifício real pelos nossos pecados. A morte do Mashiach, pagou os pecados da humanidade, abriu a porta para todos que de boa vontade se arrependem, para receber o Eterno, nosso Elohim, e serem assim conduzidos pela Ruach HaKodesh (o Espírito Santo) e serem aceitos por HaShem como os Seus filhos e filhas. Como nosso Kohen Gadol permanente, Yeshua substitui o sumo sacerdote que somente era um descendente humano de Moshe irmão de Aaron.
HaShem, através da Sua “renovação” da aliança também oferece promessas enormemente melhores. Ainda não abandona nenhum dos Seus princípios espirituais que eternamente refletem a mente de Elohim e Seu caráter. Esses princípios são explicados com precisão e muito adequadamente nas escrituras do Tanach (Antigo Testamento, composto pela Torá, Escritos e Profetas). Yeshua e todos os seus apóstolos, inclusive Sha'ul/Paulo, usaram esta Bíblia como a sua autoridade para os verdadeiros ensinos de Elohim como podemos ver em:
“Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Elohim.” (Mattitiyahu/Mateus 4:4)
“Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto.” (Atos 17:20)
“Sha'ul, servo de Yeshua HaMashiach, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Elohim. O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras.” (Ruhamayahu/Romanos 1:1-2)
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Yeshua HaMashiach. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Elohim seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3:14-17)

A Lei do Eterno

A Torá foi Abolida no Novo Testamento?


Por Gamli'el Ben-Avraham baseado em Scott Ashley.

Se o Shabat realmente foi abolido na Brit Chadashá (Novo Testamento), nós devemos achar numerosas passagens ao longo do Novo Testamento que clarificam isso. O negar de um dos “Dez Mandamentos do Eterno” certamente não vai requeira nada menos do que isso.
Yeshua HaMashiach disse que “... nem um jota ou um til se omitirá da lei” até que TUDO seja “cumprido”, ou completamente concluído seu propósito (Mattitiyahu/Mateus 5:18).
Várias passagens, incluindo, capítulos inteiros do Novo Testamento, torna claro o propósito espiritual por trás de tais praticas como: sacrifícios de animais e serviços do Templo (veja Ivrim/Hebreus 7:11-19; 8:1-6; 9:1-15; 10:1-18).
Mas os Mandamentos do Eterno permanecem. Os últimos livros escritos no Novo Testamento foram: em 85-95 EC, as epístolas de Yochanan/João e, em 95 EC, o livro de Guilyana/Revelações. Teria sido os Dez Mandamentos abolidos naquele tempo? Note as palavras de Yochanan/João:
“E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: 'Eu conheço-o', e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” (Yochanan Alef/1 João 2:3-4).
Yochanan definiu o pecado como a violação das leis do Eterno (a Sua Torá).
“Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade.” escreveu ele (Yochanan Alef/1 João 3:4).
Ele sabia que a lei do Eterno era uma lei de amor, definindo nosso amor pelos outros e nosso amor para com o Eterno:
“Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.” (Yochanan Alef/1 João 5:2-3).
A intenção da lei do Eterno desde o princípio foi o amor, como Yeshua HaMashiach ensinado:
“E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, que andeis nele.” (Yochanan Bet/2 João 6).
O livro de Guilyana/Revelação, divinamente inspirado pelo próprio Yeshua HaMashiach (Guilyana/Revelação 1:1), também apóia o manter-se os Mandamentos do Eterno. Em Guilyana/Revelação 12:17, logo antes de Yeshua HaMashiach, voltar, HaSatan tenta destruir os membros da Kehilá/Congrgação (Igreja) de Elohim,
“Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Elohim e a fé em Yeshua.” (Guilyana/Revelações 14:12)
... assim vemos que aqui Yochanan/João descreve os santos como “os que guardam os mandamentos de Elohim e a fé em Yeshua.” Confiança/Fé e cumprir as ordenanças do Eterno andam de mãos dadas, como Sha'ul/Paulo declarou anteriormente:
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” (Ruhomayahu/Romanos 3:31).
No último capítulo da Bíblia, Yeshua HaMashiach deu uma mensagem final para a Kehilá (Igreja):
“E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. (…) Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” (Guilyana/Revelação 22:12, 14).
Claramente a lei do Eterno, ou seja, a Sua Torá, não foi abolida na Brit Chadashá.

sábado, 5 de setembro de 2009

Teshuvá

Um Retorno a Novos Valores
Por: Rav Juda Ben Haim
Teshuvá é a palavra hebraica para arrependimento. Mas devemos enfatizar que o significado de teshuvá não é inteiramente transmitido por esta palavra. Teshuvá é bem maior e mais profunda. E importante observar que uma definição mais geral e aceita é "retorno".
 
Por conseguinte, a pedra fundamental de teshuvá representa essencialmente a incansável jornada vitalícia de volta, em busca da alma. Pois é uma inquietação espiritual, muito mais que um sentimento de culpa, que nos faz sentir o apelo para olhar para trás. De fato, sentimos que não mais somos a pessoa certa no lugar certo; sentimos que estamos nos tornando intrusos num mundo cujo esquema nos escapa. É por isso que decidimos dar meia-volta e retornar.
 
Naturalmente, o itinerário de volta dependerá da pessoa e a singularidade de uma personalidade logicamente assegura que cada um de nós seguirá sua própria rota pessoal e que não haverá um companheiro de viagem em quem confiar. Felizmente, numerosos são os Portões dos Céus.
 
Cada um pode reivindicar um deles para si, desde que o desejo de ir até o fim seja realmente forte, desde que realmente sinta a necessidade de se arrepender.
 
Veja o caso do rei Menashê (cujo nome está entre os piores reis de Judá) que, segundo o Talmud, quando os anjos fecharam-lhe os Portões do arrependimento, o próprio Deus criou-lhe uma nova abertura.
Sentir a necessidade de se arrepender significa perceber que uma mudança é obrigatória. Não há lamentos sobre as más ações do passado; em contato com o mal, uma pessoa sempre se suja, assim como se suja ao entrar em contato com a sujeira, mesmo que pretenda removê-la.
O que é menos comum é que alguns de nós, que mais ou menos tendem para o masoquismo, possam ter prazer em despertar velhas lembranças como estas. Ao dizer que devemos evitar considerar o passado, queremos dizer que não devemos repensar e reviver o passado tal como aconteceu com suas falhas e erros, mas como deveria ter sido.
A mola-mestra da teshuvá é, de fato, mostrar a intenção exata de mudar o esquema de coisas. Alguém que se arrependa, ou seja, quando faz teshuvá, é alguém que sente a necessidade não apenas de se redimir mas de reconstruir o passado, no sentido literal do termo.