terça-feira, 21 de abril de 2009

Shabat ou Domingo

O que é certo cumprir
Por Gaml'el Ben-Avraham

“Ouvi agora isto, ó povo insensato, e sem coração, que tendes olhos e não vedes,
que tendes ouvidos e não ouvis.” - (Irmiáhu/Jeremias 5:21)

“Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque eles são casa rebelde.” - (Iehezkel/Ezequiel 12:2)

“E disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer ver; porque para to mostrar foste tu aqui trazido; anuncia, pois, à casa de Yisra'el tudo quanto vires. E disse-me Adonai: Filho do homem, pondera no teu coração, e vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, tudo quanto eu te disser de todos os estatutos da casa de Adonai, e de todas as suas leis; e considera no teu coração a entrada da casa, com todas as saídas do santuário.” - (Iehezkel/Ezequiel 40:4-5)

Primeiramente, necessitamos compreender o tema referente a dias e semana, pois isto tornará mais compreensível o tema referido.
O Dia:
O dia é a unidade de tempo sem qualquer controvérsia nas Escrituras. A orá começa dizendo:
“Vayikra Elohim loor yom velachoshech kara LAILA VAYEHI-EREV VAYEHI-VOKER YOM ECHAD.”

“E Elohim chamou à luz de dia; e às trevas chamou noite. E FOI A TARDE E A MANHÃ, O DIA PRIMEIRO.” (Bereshit/Gênesis 1:5)

A Torá afirma que foi a tarde e a manhã, o primeiro dia. A afirmação é bastante explícita. O “primeiro dia”, conforme definido por Elohim, era composto de “tarde” e “manhã”.
O termo aqui traduzido como “tarde” na realidade vem da raiz hebraica que significa “escuro” ou “escurecer”. É a mesma palavra usada para “árabe” - que literalmente significa “de pele escura”. Já o termo “boker”, que é traduzido como “manhã” vem da raiz que significa “visitar, aparecer”. Ou seja, refere-se ao momento em que o sol, ou os raios solares, começam a aparecer.
Podemos ver nas Escrituras que Elohim fez:
“(...) o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.” - (Bereshit/Gênesis 1:16)
Se levarmos em consideração ambos os fatores, podemos chegar à conclusão de que “erev” começa no momento em que o sol se põe (isto é, termina o seu “governo” sobre o dia) e “boquer” começa no momento em que o sol se levanta.
Ao longo de todo o relato da criação, vemos que o dia é sempre composto de “erev” e boker”, nesta ordem. Ou seja, o dia é composto de “um período após o pôr-do-sol” juntamente com outro período “após o nascer do sol”. Quando o sol se põe novamente, começa um novo dia. Ou seja, o dia – e aqui entenda-se “dia” como “período de 24 horas” e não apenas o período diurno – é calculado de pôr-do-sol a pôr-do-sol.
A Semana
O critério abaixo é o mais trivial, e não é muito controverso. Elohim criou o mundo em seis dias, e no sétimo descansou. Dessa forma, não criou apenas o mundo, mas também a semana.
A semana é composta por seis dias de trabalho, e no sétimo dia, isto é, do pôr-do-sol que encerra o sexto dia ao pôr-do-sol que encerra o sétimo dia, temos o Shabat:
“E havendo Elohim acabado no dia sexto a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Elohim o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Elohim criara e fizera.” - (Bereshit/Gênesis 2:2-3)
Naturalmente que isto significa que o oitavo dia é, na realidade, o primeiro dia da semana seguinte:
“Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o Shabat de Adonai teu Elohim (...).” - (Shemot/Êxodo 20:9-10)
A Torá também nos introduz ao fato de que as semanas eram uma unidade de tempo presente na vida do povo:
“Sete semanas contarás; desde que a foice começar na seara iniciarás a contar as sete semanas.” - (Devarim/Deuteronômio 16:9)
A palavra “shavua” no hebraico vem da raiz “cbv”, que significa “sete!. Ou seja, de fato a semana é um período de sete dias.
A Confusão dos Dias Atuais
Em meio a tantas diferentes correntes doutrinárias na atualidade, como saber a verdade?
A Bíblia tem a resposta:
“Assim diz YHWH: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas.” - (Yirmiyahu/Jeremias 6:16)
O Dominus Dei – Dia de Domingo
Algumas declarações da própria Igreja Católica acerca do Dominus Dei (o domingo):
O próprio papa: "Lembrem-se todos os cristãos de que o sétimo dia foi consagrado pelo Eterno, recebido e observado, não somente pelos judeus mas por todos os outros que pretendiam adorar ao Eterno, embora nós, tenhamos mudado o Seu Sábado para o domingo." [Thomas Morer, Discourse in Six Dialogues on the Name, Notion, and Observation of the Lord's Day, pág. 281 e 282]
Concílio de Laodicéia (364 ad), Cânon 29: "Os cristãos não devem judaizar e descansar no Sábado, mas sim trabalhar neste dia; devem honrar o dia do S.nhor (domingo) e descansar, se for possível, como cristãos. Se, entretanto, forem encontrados judaizando, sejam excomungados por Cristo." [Hefele, History of the Councils of the Church, vol. II, livro 6, sec. 93, pág. 318]
"O domingo é uma instituição católica e suas reivindicações de observância podem ser definidas unicamente em princípios católicos... Desde o princípio até o fim das Escrituras não há uma só passagem que autorize a mudança do dia de adoração pública semanal do último dia da semana ao primeiro." The Catholic Press of Sidney, Austrália, 25 de agosto de 1999]
"O protestantismo, ao descartar a autoridade da igreja (Católica), não tem boas razões para sua teoria referente ao domingo e deve, naturalmente, guardar o Sábado como dia de descanso." [John Gilmary Shea, American Catholic Quarterly Review, janeiro, 1883.]
"Fazemos bem em recordar aos presbiterianos, batistas, metodistas e todos os demais cristãos que a Bíblia não os aprova em nenhum lugar em sua observância do domingo. O domingo é uma instituição da Igreja Católica Romana, e aqueles que observam este dia observam um mandamento da Igreja Católica." [Priest Brady, em um discurso relatado no Elizabeth, N. J. News, 18 de marco de 1903]
"Pergunta: 'Tendes alguma outra maneira de provar que a Igreja (Católica) tem o poder de instituir dias festivos por preceito?' Resposta: 'Se ela não tivesse semelhante poder, não poderia ter feito tudo quanto os religiosos modernos estão de acordo. Não teria substituído a observância do sábado do sétimo dia, pela observância do domingo, o primeiro dia da semana, uma mudança para a qual não existe autoridade nas Escrituras.’" [Stephan Keerran, em A Doctrinal Catechism, 176]
"A razão e o senso comum exigem a aceitação de uma outra destas alternativas: o protestantismo e a observância e santificação do Sábado, ou o catolicismo e a observância e santificação do domingo. Um compromisso ou acordo é impossível." The Catholic Mirror, l3 de dezembro de 1893]
"O Eterno simplesmente concedeu à Sua Igreja (Católica) poder para dispor qualquer dia ou dias que achar apropriado(s) como dia(s) sagrado(s). A Igreja escolheu o domingo, primeiro dia da semana e, no decurso dos anos, adicionou outros como dias sagrados." [Vicent J. Kelly, Forbidden Sunday and Feast-Day Occupations, pág. 2]
O papa Inocêncio III declarou que o pontífice romano é "o representante sobre a Terra, não de um mero homem, mas do próprio Eterno." [Veja Decretals of the Lord Pope Gregory IX, livro 1, tít. 7, cap. 3, Cop. Jur. Canon (2ª ed. de Leipzig, 1881), col. 99]
"Nós temos nesta Terra o lugar de Eterno Todo-Poderoso." [Papa Leo XIII, carta encíclica Ad Extremas, 24 de junho de 1893] "Não o Criador do Universo, em Gênesis 2:1-3; mas a Igreja Católica pode reivindicar para si a honra de haver outorgado ao homem um repouso a cada sete dias." [S.D. Mosna, Storia della Domenica, 1969, págs. 366 e 367]
"Se os protestantes seguissem a Bíblia, adorariam ao Eterno no dia de Sábado. Ao guardar o domingo, estão seguindo uma lei da Igreja Católica." [Albert Smith, Chanceler da Arquiocese de Baltimor, respondendo pelo Cardeal, numa carta datada em 10 de fevereiro de 1920]
"Nós (o Vaticano) definimos a Santa Sé Apostólica, e o Pontífice Romano tem a supremacia sobre todo o mundo." [Um decreto do Concílio de Trento, citado por Philippe Labbe e Gabriel Cossart, em The Most Council]
"Foi a Igreja (Católica) que, pela autoridade de Jesus Cristo, transferiu este repouso (do Sábado bíblico) para o domingo... Então, a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que rendem à autoridade da Igreja (Católica), apesar deles mesmos." [Monsenhor Louis Segur, Plan Talk About the Protestantism of Today, pág. 213]
"Os protestantes... aceitam o domingo no lugar do Sábado como dia de pública adoração após a Igreja Católica ter feito a mudança... Mas a mentalidade protestante não parece perceber que observando o domingo, está aceitando a autoridade do porta-voz da igreja, o papa." Our Sunday Visitor, 5 de fevereiro de 1950]
"Nós, os Católicos, então, temos precisamente a mesma autoridade para santificar o domingo em vez do Sábado, como temos, para cada outro do nosso credo, vale dizer; autoridade da Igreja... enquanto que vós os protestantes, realmente não têm nenhuma autoridade; pois não têm autoridade para ele na Bíblia (o santificar o domingo), e vós não permitis que possa haver autoridade para ele em outro lugar. Tanto vós como nós, seguimos as tradições neste assunto; mas nós as seguimos crendo que são parte da palavra de Deus e que a Igreja (Católica) tem sido divinamente nominada guardiã e intérprete. Vós seguis a Igreja (Católica) ao mesmo tempo denunciando-a como uma guia falível e falsa, que freqüentemente tem invalidado o mandamento de Deus pela tradição." [Os irmãos de S. Paulo, The Clifton Tracts, vol. 4. Pág. 15]
"Podeis ler a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma só linha a autorizar a santificação do Domingo. As Escrituras exalta a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca santificamos." [Cardeal James Gibbons, The Faith of Our Fathers, Edição de 1893, pág. 111]
Não tivesse ela (igreja Católica) tal poder, não teria feito aquilo em que todas as modernas religiões com ela concordam - a substituição da observância do Sábado, o sétimo dia, pela observância do domingo, o primeiro dia da semana, mudança para a qual não há nenhuma mudança escriturística." A Doctrinal Catechism, pág. 174]
"Observamos o domingo em lugar do Sábado porque a Igreja Católica, no Concílio de Laodicéia (364 ad), transferiu a solenidade do sábado para o domingo." [Rev. Peter Geiermann, CSR, The Convert's Catechism of Catholic Doctrine, segunda edição, pág.50] - O livro The Convert's Catechism of Catholic Doctrine recebeu em 25 de janeiro de 1919 a "bênção apostólica" do Papa Pio X e está a venda nesse site católico:
"A Igreja (Católica) mudou a observância do Sábado para o domingo pelo direito divino e a autoridade infalível concedida a ela pelo seu fundador, Jesus Cristo. O protestante, propondo a Bíblia como seu único guia de fé, não tem razão para observar o domingo." Boletim Católico Universal, pág. 4, de 14 de agosto de 1942]
Resta ainda alguma dúvida?
(Shemot/Êxodo 15:26) - “E disse: Se ouvires atento a voz de Adonai teu Elohim, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Adonai que te sara.”
(Ióv/Jó 13:1) - “EIS que tudo isto viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.”
(Ieshaiáhu/Isaías 32:3-4) - “E os olhos dos que vêem não olharão para trás; e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos. E o coração dos imprudentes entenderá o conhecimento; e a língua dos gagos estará pronta para falar distintamente.”
(Ieshaiáhu/Isaías 43:7) - "A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz."
(Ieshaiáhu/Isaías 43:8-9) - “Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos. Todas as nações se congreguem, e os povos se reúnam; quem dentre eles pode anunciar isto, e fazer-nos ouvir as coisas antigas? Apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem, e se ouça, e se diga: Verdade é.”
“Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” - (Mattityahu/Mateus 13:16)
O Shabat
O Shabat é tão importante que podemos ver este tema sendo referido 142 vezes na Bíblia. A palavra de HaShem diz em Shemot/Êxodo 20:8: “Lembra-te do dia do Shabat, para o santificar.”, ou seja Shabat e não domingo!
Vemos nas Escrituras que: "No início HaShem criou os céus e a terra…" (Bereshit/Gênesis 1:1) "Durante seis dias HaShem criou. E HaShem viu tudo que Ele tinha feito e, era muito bom… Era noite e era manhã, o sexto dia. E os céus e a terra e tudo que havia. E HaShem completou no sexto dia Sua obra que Ele tinha feito; e Ele descansou no sétimo dia de toda a Sua obra que Ele tinha feito. E HaShem abençoou o sétimo dia, e o santificou, porque nele Ele descansou de toda sua obra que HaShem tinha criado…" (Bereshit/Gênesis 1:31-2:3)
(Shemot/Êxodo 31:13) - “Tu, pois, fala aos filhos de Yisra'el, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou Adonai, que vos santifica.”
A palavra de HaShem é clara e precisa, o Shabat “é um sinal entre mim (HaShem) e vós (seu povo)”. Por quanto tempo deve-se seguir este sinal? “ Nas vossas gerações” ou seja, para sempre. Em Shemot/Êxodo 31:16, isso fica ainda mais claro: “Guardarão, pois, o Shabat os filhos de Yisra'el, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua.” ALIANÇA PERPÉTUA! Porquê fazê-lo? “Para que saibais que eu sou Adonai, que vos santifica.”
(Shemot/Êxodo 31:14) - “Portanto guardareis o Shabat, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será eliminada do meio do seu povo.”
Quando HaShem dá a Moshé (Moisés) os Dez Mandamentos, Ele diz detalhadamente o que Ele quer de nós no quarto mandamento: (Shemot/Êxodo 20:8-11) - “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o Shabat de Adonai teu Elohim; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez Adonai os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou Adonai o dia do Shabat, e o santificou.”
Como podemos querer hoje em dizer hoje em dia que HaShem falou que podemos descansar qualquer dia semana? Apenas o Shabat é santificado e exigido por HaShem para ser guardado como um dia de descanso e dedicado a Ele. Qualquer outro dia é hipocrisia humana, é rebeldia contra a própria Palavra de Elohim.
Em Devarim/Deuteronômio (5:12-15) a Palavra frisa ainda mais: “Guarda o dia de Shabat, para o santificar, como te ordenou Adonai teu Elohim. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o Shabat de Adonai teu Elohim; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que Adonai teu Elohim te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso Adonai teu Elohim te ordenou que guardasses o dia de Shabat.”
Lembra-te tu que dizes ser remido, que um dia HaShem através de Yeshua HaMashiach te tirou do Egito (do mundo da perdição) e te trouxe a vida!
(Vaicrá/Levítico 19:30) - “Guardareis os meus Shabatot, e o meu santuário reverenciareis. Eu sou o Adonai.” Quem hoje é o santuário da Ruach HaKodesh (Espírito Santo)?
No entanto, hoje as pessoas se valem apenas do que esta escrito na Brit Chadashá (Aliança Renovado, ou Nova Aliança), se apegando ao texto de Mattityahu (Mateus) 12:1-8 que diz: “NAQUELE tempo passou Yeshua pelas searas, em um Shabat; e os seus talmidim, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez David, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Elohim, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do Shabat é Senhor.”
Então vamos escrutinar estes versículos baseado nos comentários de David H. Stern: O argumento dos fariseus não era sobre se era permitido pegar um grão com as mãos do campo d outra pessoa, pois isso é permitido expressamente por Devarim/Deuteronômio 23:25 que diz: “Quando entrares na seara do teu próximo, com a tua mão arrancarás as espigas; porém não porás a foice na seara do teu próximo.”, mas se isso poderia ser feito em um Shabat. Um assunto por trás desse ema aparentemente menor é a tradição farisaica – que envolvia o que o judaísmo rabínico chama de Torá Oral (ou Lei Oral), posteriormente comprometida em escrever no Mishna, no Guemara e e outras obras – é a revelação de HaShem para o homem e presente em todos os judeus. De acordo com a Torá Oral como nós a temos agora no Mishna (Shabat 7:2), 39 categorias de m'lakhah (trabalhos) são proibidas no Shabat, enquanto o Tabernáculo estava sendo construído. Uma delas era colher, outra era debulhar os grãos. No v.1 vemos que os talmidim (discípulos) estavam colhendo; na passagem paralela em Lucas 6:1 “E aconteceu que, no Shabat segundo-primeiro, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam.”, eles também estavam esfregando as espigas com as mãos. Esse é o conteúdo da acusação que os fariseus estavam fazendo contra eles e, por implicação, contra Yeshua, responsável como seu mestre pelo comportamento deles.
Embora Vaicrá/Levítico 24:5-9 permita apenas que kohanim coma os pães da Proposição, postos de lado em exibição diante da arca na Casa de Elohim (Tabernáculo),1 Samuel 21:2-7 reconta como o Rei David e o sacerdote Aimeleque violaram esse mitzvah da Torá Escrita – que os fariseus aceitariam como tendo mais autoridade do que uma regra na Torá Oral. Um argumento kal v'chomer está subentendido.
A própria Torá especifica que alguns mitzvot são mais importantes do que outros. Guardar o Shabat é importante, mas os sacrifícios de animais requeridos por Bamidbar/Número 28:1-10 são mais, assim os kohanim trabalham no Shabat para oferecê-los (o serviço do Templo tem predominância sobre o Shabat).
Em Marcos 2:27-28 também lemos: “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.” Esta passagem do Talmud transmite a mesma mensagem do v.27: “O rabino Yonatan ben-Yosef disse: 'Pois ele [o Shabat] é santo para vós' (Shemot/êxodo 31:14). Ou seja, é posto em suas mãos, não vocês em suas mãos” (Yoma 85b).
Uma passagem similar aparece no Mekhilta, Shabata 1:1 em Shemot/êxodo 31:12-17, onde o dito é atribuido ao rabino Shim'on Ben-Menasya.
Pode ser, assim, que o comentário de Yeshua no v.28, que “o Filho do Homem é Senhor até mesmo do Shabat”, não se refere apenas a si, mas a todos, uma vez que a expressão hebraica ben-adam (literalmente “filho do homem”) pode significar apenas “homem, pessoa”, sem um tom messiânico: “as pessoas controlam o Shabat”, e não o contrário.
[Comentário Judaico do Novo testamento, David H. Stern, pág. 70-71, 115]
"Se você não profanar o Shabat e para não fazer o que bem quiser em meu dia santo; se você chamar delícia o Shabat e honroso o santo dia de Adonai, e se honrá-lo deixando de seguir o seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, então você terá em Adonai a sua alegria…" - (Yeshayahu/Isaías 58:13,14a)
Conclusão:
“Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure.” - (Mattityahu/Mateus 13:15)
Assim vimos que o Shabat de Elohim instituído e sanificado para nós não é o dia de domingo, bem como também não é o dia de sábado no calendário gregoriano ao qual vivemos hoje; mas sim, o Shabat tem seu início no pôr-do-sol de sexta feira e tem seu término no entardecer de sábado.
“Porquanto o coração deste povo está endurecido, E com os ouvidos ouviram pesadamente, E fecharam os olhos, Para que nunca com os olhos vejam, Nem com os ouvidos ouçam, Nem do coração entendam, E se convertam, E eu os cure.” - (Atos 28:27)
(Yochanan/João 8:32) - “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
Yeshua é a verdade, Yeshua é a Palavra, o Verbo e; a Palavra é a Torá. Assim sendo, o próprio Yeshua é a Torá, e não há como nos dizer que servimos a Yeshua se não seguimos a Palavra (a Torá).
(I Pedro 1:16) - “Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.”

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